A ditadura militar sempre foi um assunto bastante espinhoso para todos os brasileiros. Enquanto muitas pessoas consideram esse como o pior período do país, há quem defenda que essa época foi um mal necessário para evitar que o Brasil enfrentasse uma tirania mil vezes pior.
Muitos escritores, artistas, políticos e militares fala bastante coisas sobre o regime militar, cada um defendendo as suas convicções e pontos de vistas. Porém, o que nenhum brasileiro será capaz de ocultar é de que a ditadura militar foi um período bastante sangrento no nosso país e que ceifou a vida de 434 pessoas, todas elas vítimas de uma repressão injusta e cruel.
Atualmente, esse assunto está de volta a tona devido aos últimos acontecimentos graças a polêmica ascensão de Jair Bolsonaro a presidência da República e a mais recente estreia do filme Ainda estou aqui, estrelado por Fernanda Torres, e é considerado um filme bastante polêmico, pois algumas pessoas o consideram o melhor filme brasileiro já feito e que tinha o direito de vencer o Oscar, ocupado injustamente pelo péssimo filme Anora, enquanto outros dizem que o longa metragem foi criado justamente para defender uma certa agenda.
Particularmente, eu não escrevi essa resenha para o filme e muito menos para escolher lados nessa história, mas escrevo para falar do livro que o inspirou.
Ainda estou aqui foi escrito por Marcelo Rubens Paiva. No livro, o autor conta a respeito da sua vida durante esse período tão cruel, se focando em contar mais sobre a reação de sua mãe, a Eunice Paiva, que teve o seu marido morto por tortura no infame DOI-CODI.
Depois desse dia e das torturas que sua mãe enfrentou, Marcelo nos conta como a vida de toda uma família mudou drasticamente, não apenas pela luta dela em nome de justiça contra uma tirania como também contra o Mal de Alzheimer na qual seria diagnosticada décadas depois.
O autor dessa história a conta de uma maneira mais sensível e ao mesmo tempo de forma bem transparente, contando as inúmeras batalhas da sua mãe para manter uma família já desestabilizada pelo regime militar e também fala da sua relação com sua mãe aparentemente difícil e respeitosa.
Ainda estou aqui é um duro lembrete de uma época que muitos brasileiros esperam nunca mais experimentar, mas que corre o risco de ressurgir por causa do extremismo de algumas pessoas e também serve para descrever a luta de uma pessoa que tem um parente com Alzheimer. Acima de tudo, esse livro foi escrito justamente pra lembrar-nos que qualquer luta nossa, independentemente da magnitude dela, ela nunca acaba.
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