Na primeira vez em que ouvi falar sobre A Barbárie de Queimadas foi justamente no carnaval de 2012 em uma reportagem do Fantástico e fiquei bastante surpreso com tamanha frieza e crueldade por parte dos criminosos por planejaria um festim tão brutal, mas ao mesmo tempo tão descarado. De fato, esse evento me marcou bastante e me fez questionar o quão longe o ser humano é capaz de fazer para saciar um prazer tão momentâneo como o prazer sexual.
No entanto, em 2020, plena pandemia, uma chance bateu em minha porta para que eu conhecesse melhor a respeito sobre esse crime tão bárbaro que envergonhou o Brasil com o lançamento do livro ‘Era apenas um presente para o meu irmão: A Barbárie de Queimadas’. Escrito por Bruno Ribeiro, a obra trata-se de uma narração investigativa a respeito do infame abuso sexual coletivo que assombra a pequena cidade de Paraíba até os dias de hoje.
Nesse livro, o autor procura saber a respeito de absolutamente tudo. Desde as vidas pregressas de Izabella Pajuçara Frazão Monteiro e Michelle Domingues da Silva, duas mulheres que tiveram suas vidas ceifadas por descobrirem a identidade de seus algozes até o contexto político da cidade como um todo.
Junto com o escritor, percebemos com a progressão da leitura a gigantesca podridão que Queimadas esconde por trás da sua máscara de cidadezinha de interior pacata e entedemos o real motivo do porquê todos os envolvidos desse brutal crime não receberem a merecida punição que os Queimadenses tanto desejam. Por outro lado, Bruno Ribeiro descreve a constante luta de Isânia e de outras pessoas para saciar o desejo de justiça desses moradores tão sofridos.
De antemão, eu posso dizer que ‘Era apenas um presente para o meu irmão: A Barbárie de Queimadas’ não é um livro para qualquer um, pois vai falar justamente do abuso sexual de forma bastante crua e realista e que serve como um lembrete de que o feminicídio está muito longe de ter a sua justiça devida.